Menú

 photo barraskinny-08_zpsf388a0c0.jpg  photo barraskinny-11_zps99af8e93.jpg  photo inspirar-12_zpsa1a1b264.jpg

Inspirar

Brooklyn: filmes que nos marcam! (atenção que vêm aí spoilers)

Nem sempre os filmes mais marcantes são os que mais nos marcam. Por vezes, é a mensagem que mais importa. Foi o que aconteceu depois de ver Brooklyn (numa tentativa falhada de ver todos os filmes nomeados antes que chegassem os Óscares). O filme é simples, conta o que já sabemos e termina da forma mais esperada. Para quem passa por algo semelhante, ainda que a anos luz de distância, é a intenção que fica. Não é fácil deixar o que é nosso para lutar por algo melhor. Seja em que condições for. Abençoada sou eu por continuar tão perto de casa e por estar sempre a voltar. Por nunca ter de dizer adeus, mas poder dizer várias vezes até já. Que sorte tenho por serem 3 as horas que nos separam e por vencer essas 3 horas, às vezes, mais que uma vez numa semana. Tenho comboios, autocarros, carros e aviões que me levam todos os dias, várias vezes ao dia. Mas custa sempre... porque não é a nossa casa, não são as nossas pessoas, não é a nossa vida. E é então que: "te sentes tão doente que vais querer morrer e não há nada que possas fazer em relação a isso. Mas vais conseguir e não é isso que te vai matar. E um dia, quando o sol brilhar, podes não notar logo, mas tudo vai estar a mudar. E aí vais conhecer alguém sem ligação nenhuma ao teu passado, que vai ser somente teu. É aí percebes que é ali que a vida está." 

E é por isso que há filmes que nos marcam, mesmo que não sejam os mais marcantes. Porque há filmes que nos relembram o que também vale a pena. A minha vida não está aqui, mas também não está só lá. Tudo isto pelas pessoas que conheci, sem ligação nenhuma ao meu passado, mas que me facilitam de tal forma o presente que, às vezes (e só às vezes) até me esqueço que estou longe de casa. 


Brooklyn. "You'll feel so homesick that you'll want to die, and there's nothing you can do about it apart from endure it. But you will, and it won't kill you. And one day, the sun will come out, you might not even notice straight away, it'll be that faint. And then you'll catch yourself thinking about something or someone who has no connection with the past, someone who's only yours. And you'll realize that this is where your life is."



Lições de vida


Comecei a ver a série Community numa altura em que as séries que acompanhava estavam paradas e não me apetecia começar a ver nada demasiado "sério". Já me tinham falado nesta série, como uma comédia mais "alternativa" e achei que era mesmo o que estava a precisar. De algo que não me fizesse pensar muito, que me divertisse e que não me agarrasse demasiado (sofro sempre com as mortes e mudanças drásticas nas séries). E esta série é isso mesmo: uma comédia, às vezes demasiado óbvia, outras vezes demasiado subtil e tantas vezes tão óbvia que temos de ver mais além para a realmente entender. Mas eu adoro! E até já tenho uma personagem favorita, o estranho, mas amoroso Abed <3

Isto tudo para dizer que, no outro dia, entre muita comédia, apareceu-me esta lição e nesse momento soube que a queria partilhar. É que nunca é demais dizer e ouvir isto:

Sou pessoa que sofre por antecipação, que estou sempre com medo: de não aproveitar demasiado, de não fazer a tempo, de não ter tempo suficiente. Mas se calhar o segredo é mesmo esse: ter pouco tempo e usá-lo da melhor forma. Errar, se assim for preciso, mas agir. E no fim, não ter medo! Se houver algo mais, melhor. Se não houver, deixamo-nos ir. A vida foi curta (e, para mim, vai ser sempre curta quer dure 50, 70, 90 ou 110 anos) mas valeu a pena! Temos é de fazer por isso.... 

Uma experiência fantástica


Primeiro, fiquei nervosa. Depois, entusiasmada. A seguir, indecisa (não fazia ideia do que vestir). Chegou a hora e voltei a ficar nervosa. Depois, concentrada. Fui a medo e à medida que o tempo passava descontraí. Errei algumas vezes, mas disfarcei. Parece que passei uma hora e meia a suster a respiração e no fim respirei fundo e, pela primeira vez, senti-me mesmo feliz. Aproveito para agradecer novamente o convite para apresentar a Gala do Desporto da Federação Académica do Porto. Foi um privilégio e uma experiência incrível!




Desafios
Sou pessoa que gosta de desafios. Como odeio a rotina, apesar da segurança e conforto que a rotina nos oferece, recebo de braços abertos cada novo desafio, como uma lufada de ar fresco. Depois, vem o medo, o nervosismo, o frio na barriga. E a seguir, chega a parte melhor: poder fazer aquilo que gosto. Apaixonei-me pela rádio com o Porto Ouvido, ainda na universidade. Não sei se gostava mais de falar da linda cidade do Porto, das gentes maravilhosas ou de trabalhar com o Moreira. Sei que me apaixonei pela rádio. Mas nunca lhe dei o devido valor até voltar a estudar, mais tarde... Não tenho o «bichinho», como tanta gente lhe chama. Mas apaixonei-me pela rádio, pela magia de contar histórias em rádio e pela forma como se chega às pessoas através da rádio. É mais próxima e mais envolvente. Deram-me, agora, a oportunidade de aprender a fazer rádio, à séria. E eu agarrei, com as garras que tenho, esta oportunidade. Ainda fico com medo, mas baixinho. Nem toda a gente precisa de saber que estou a tremer por dentro quando me sento em frente ao microfone. Não sei até quando vou poder continuar a aceitar desafios nesta área, a desdobrar-me em mil para o fazer, mas até lá vou aproveitando e aprendendo. Estou a lutar pelo que quero e estou a crescer. Para já, é recompensa suficiente.

(para quem quiser ouvir um bocadinho do que ando a fazer, amanhã e domingo entre as 11h00 e as 16h00 na rádio Cidade. Em Lisboa em 91.6 e no Porto em 107.2)





Desculpem, eu nem costumo escrever sobre assuntos tão sérios...


Há duas polémicas que dominam o dia de hoje, quando todas as atenções deveriam estar viradas para Fátima: o miúdo vítima de agressões na Figueira da Foz e a imposição do acordo ortográfico. Não vou falar ou, pelo menos alongar-me, sobre a primeira. Repudia-me de tal forma olhar para aquele vídeo que apenas seria capaz de dizer algo como: o que duas palmadas no rabo e um valente puxão de orelhas, na hora certa, não fazem? E quero lá saber que me digam que violência gera violência. Para mim, estupidez gera estupidez. E enquanto deixarem passar situações deste género com palavras mansas porque são “menores de idade”, “ainda não sabem o que fazem” e “temos de os ajudar”, a estupidez vai continuar a acontecer. Desejo, neste momento, que aqueles jovens sintam na pele o mesmo que o outro sentiu. E isto é o mínimo.

Quando ao acordo ortográfico... Também o odeio! Não se trata de evolução, mas sim de nos quererem tratar como estúpidos, simplificando mais do que deveriam simplificar. Ainda não sei bem como se escreve com esta nova grafia e irrita-me ter que estar sempre a corrigir aquilo que escrevo... Logo eu que nunca dei erros ortográficos com medo das "reguadas" da professora (as tais no rabo que são tão bem dadas na hora certa). A minha opinião vale o que vale e nem sequer é para aqui chamada. Não consigo, no entanto, deixar de me questionar sobre o seguinte: de que adianta perguntarem o que vos vai acontecer se não escreverem de acordo com o novo acordo? (perdoem-me a redundância) 

É óbvio (ainda leva o B, certo?) que não vão presos nem vão ser multados. Considero, aliás, crime maior as atrocidades que vejo nas redes sociais quando tentam escrever em português com ou sem acordos. Muitas vezes o que leio é um pouco de Klingon, outras vezes soa-me aos grunhidos do Hodor, na maior parte das vezes é mau de mais para ser comparado ao que quer que seja. Ninguém vos vai atirar pedras, discriminar ou insultar se escreverem mini-saia em vez de minissaia ou objectivo em vez de objetivo.


Mas, há, de facto (e sim, continua a levar o C), quem vá sair prejudicado se não cumprir as regras da nova grafia. Quem estuda e quem trabalha onde a regra seja essa. Portanto, amigos moralistas do facebook que gritam aos sete ventos que vão continuar a escrever sem qualquer tipo de acordo, façam-no à vontade! Mas não se orgulhem. Não é motivo de orgulho quebrar as regras só porque sim. Não o é quando damos estaladas a um colega de escola. Nem o é quando nos recusamos a aceitar o acordo ortográfico só porque podemos. Ir contra as regras, só porque sim, não pode gerar a mudança, mas pode gerar estupidez! Lutem contra isso, assinem petições, reclamem as vezes que for necessário...  Mas, por favor, deixem de ser estúpidos.
O dia dela
Ontem foi o dia dela. Então fomos jantar fora, comer bem, beber um bom vinho e conversar. A nossa relação é quase sempre assim: na cumplicidade, a aproveitar as melhores e as piores coisas da vida. Depois, tem o outro lado. O lado em que, de tão parecidas sermos, discutimos mais do que o necessário. Mas vai tão rápido como vem. E entendemo-nos com a mesma facilidade com que nos desentendemos. 

Não o admito, mas defendo-a sempre. Escolho o lado dela, mesmo sem o demonstrar. Sei que ela também escolhe o meu.

Nunca quis que eu lhe chamasse mamã ou me demorasse em beijos e abraços prolongados. Também nunca o fiz, mas foi sempre para ela que corri, tanto nos momentos de sufoco, como nas maiores alegrias que o destino me trouxe.

E, depois, damos por nós quase sempre desta forma: lado a lado, na cumplicidade, como estaremos para o resto da vida. Ontem foi o dia dela. Mas não foi só ontem, porque além de mãe é amiga e companheira. Não precisei de lhe dizer tudo isto ontem para ela o saber e compreender. É assim com as pessoas mais cúmplices e vai ser assim para o resto da vida. 



Não são muitos, não são mil. Mas são bons. 
O novo anúncio da Super Bock é um murro no estômago. É natural que ao longo da vida se percam algumas amizades: ou porque deixaram de valer a pena ou porque nunca valeram. Isso não me entristece. Amei, de forma sincera, algumas pessoas na minha vida que hoje não têm qualquer espaço no meu coração. Mudaram e eu mudei e este sentimento deixou, simplesmente, de fazer sentido. Não sinto falta delas, apesar de guardar com enorme carinho todas as memórias que numa fase da minha vida me fizeram tão feliz. O que me entristece são as amizades que se perderam porque deixámos de nos esforçar. É, mesmo, uma questão de esforço. Não dá trabalho fazer novos amigos, dá trabalho mantê-los, cuidar deles, preservá-los. E há alguns que mereciam mais esforço, mais sacrifícios. Eu sou uma preguiçosa nisto da manutenção de amizades. Sempre que marco um reencontro penso em mil desculpas diferentes para faltar. Nunca me arrependo de ir! O murro no estômago são as vezes em que fiquei em casa, por causa do "trabalho", da "família" ou porque achei que um comentário no facebook ia dar ao mesmo. Gostava de não ter falhado tantas vezes.

Quero, agora, ligar aos meus amigos (aos que estão distantes) e “furar-lhes a agenda, arrancá-los da rotina e das desculpas, seja a que hora for”. Estou cheia de vontade de “vestir umas calças por cima do pijama”, “marcar um encontro no sítio do costume” e fazer aquilo que costumávamos fazer tão bem: “nada”. Apetece-me imenso “ter conversas que não levam a lado nenhum”, “contar as mesmas histórias de sempre”, “estar junto” daqueles que me fazem falta. Não são muitos, não são mil. Mas são bons. E preciso deles mais do que imaginava, mais do que eles imaginam... 






As minhas coisas favoritas
Uma das minhas músicas com a Mé é a "My favorite things" da Julie Andrews e do filme Música no Coração. Ouvir, cantar e, até, dançar esta música é sempre um dos melhores momentos dos nossos dias! Comecei, aliás, a gostar tanto da música que agora a vejo como uma espécie de mantra. E quando estou triste, desanimada, saturada, com vontade de me atirar para o chão e esquecer que o mundo continua a existir à minha volta, penso nas minhas "coisas favoritas". Tão simples quanto isto. Pensar naquilo que me faz mais feliz, mesmo sem o fazer, muda-me o estado de espírito e, de repente, "já não me sinto tão triste". Há qualquer coisa de verdadeiro na ideia de que pensar o bem atrai o bem. E não é por pensar nas minhas "coisas favoritas" que elas se materializam ali na minha frente. Mas sinto-me quase como contagiada pela felicidade que há-de vir. Não poderá ser também esta uma maneira de encarar os pequenos males e tristezas com que nos vamos deparando? ;)

Deixo-vos com algumas das minhas "coisas favoritas". Quero saber quais são as vossas! 


Nem, nem
Não há altura nem mais desafiante, nem mais desgastante do que aquela que atravessamos agora: a idade do nem, nem. Nem somos estudantes, nem somos trabalhadores. Nem somos jovens, nem somos adultos. Nem somos solteiros, nem somos casados. Nem somos sustentados, nem somos independentes.

Nem sabemos bem o que vamos ser, nem o que podemos ser. Às vezes, nem sabemos o que queremos ser. Mas o tempo urge, os prazos apertam-se, a pressão começa a ser cada vez mais real. E precisamos de avançar, agarrar qualquer oportunidade. Entristece-me (só de pensar) que, às vezes, tenhamos até que desistir. Deixar de lutar! Nem gosto de imaginar isso, mas também nem me atrevo a deixar de o fazer.

Sonho mais vezes acordada do que devia, mas também lido bem com as desilusões. Nem sou tanto ao mar, nem tanto à terra. Trato esta fase do nem, nem, como ela merece ser tratada. Nem com demasiadas expectativas, nem atirando a toalha ao chão. E assim, nem me desiludo constantemente, nem me surpreendo totalmente. Sou uma nem, nem assumida: em constante desafio e desgastada (mas ainda com muita vontade de sonhar). 
Saudades de casa

Sabe quem me conhece e sei-o eu muito bem que facilmente me adapto e me moldo a qualquer contexto. É um facto que, ao contrário de muitos outros, sempre estudei sempre perto de casa (só por opção e não por medo de ir para fora) e também, ao contrário de muitos outros, renunciei ao Erasmus (só porque vivi tão intensamente a minha vida académica que não me imaginava a afastar-me por seis meses, sequer). Ainda assim, mal me vi licenciada, saí imediatamente da minha zona de conforto. Nunca fui para muito longe, mas já o disse aqui e repito: 300 kms são muito mais que 300 kms se olharmos para eles como os 300 kms que nos separam, que nos afastam, que nos fazem estar longe. E é assim que me sinto todos os dias: longe. Não há um único dia em que não tenha saudades de casa! Saudades da minha família, dos meus amigos, do meu namorado. Saudades dos cães. Saudades do meu cabeleireiro e das lojas que conheço de cor. Saudades dos restaurantes onde me recebem como cliente habitual e dos bares onde já sabem o que costumo beber. Saudades, depois, de poder ir visitar os que me fazem falta, desde Carrazedo a Ponte da Barca. Tenho fins-de-semana planeados até finais de abril, numa tentativa de matar todas as saudades. E mato-as. Mas depois volto e não há um único dia em que não tenha saudades de casa!



Os meus, os que são para a vida inteira.

A vida dá imensas voltas : mudam-se as escolhas, mudam-se as prioridades, mudam-se os caminhos, mudam-se os desejos e mudam-se as mentalidades! Por vezes, até se mudam os amigos, conhecem-se pessoas novas, passam a admirar-se pessoas que antes eram indiferentes e esquecem-se pessoas que eram tudo. Mas precisamos sempre de um porto de abrigo. Precisamos sempre de poder dizer que temos os “nossos”. Precisamos de ter aqueles que não falham. Aqueles que estavam lá quando saíamos à noite todos os dias da semana, quando decidíamos fazer uma cadeira por avaliação final para ir ao Altar ou quando inventávamos motivos só para brindar e beber mais um shot; que percorriam três discotecas só numa noite ou passavam tardes no café a jogar às cartas; que se divertiam um verão inteiro connosco e deprimiam durante o resto do ano nas aulas. Mas que foram amigos nas ressacas, nas lágrimas, nas desilusões, nas lutas, no crescimento. Precisamos, no fundo, de ter alguém que nos dê a coragem suficiente para que os pés se movam, mesmo com os olhos fechados. Primeiro, porque não nos vai deixar tropeçar. E depois, porque mesmo que aconteça, nos ajuda a levantar, nos estende a mão, indepentemente de tudo. E precisamos de saber isso. Mesmo que pareça trivial e adquirido, precisamos de ter a certeza disso. Eu, dou-me sempre a quem conheço de novo. Trato bem, cuido, estou presente. Mas só o faço porque sei que tenho os “meus”. Os que não me falham. E esses, não mudam por muitas voltas que a vida dê.


A estação de Campanhã no Porto
Fico sempre emocionada de todas as vezes que chego à estação de Campanhã no Porto. É certo que sou pessoa de viver com as emoções na ponta da língua, mas tendo em conta que é quase semanalmente que  chego à estação de Campanhã no Porto, é emoção a mais.  
Salta-me ainda mais à vista, desde que passei a viajar para cima à sexta, agora que os fins de semana também significam folgas. São os abraços que me fazem logo ficar de visão turva. O mais comum são as avós que correm (como podem) para abraçar os netos que gostariam de ver com maior frequência do que vêem. Mas,  também me deparo com miúdos a correr (e esses sim correm!) para abraçar a mãe. E jovens que abraçam (disfarçadamente) os pais: ainda são os reencontros mais comuns. 
Durante muito tempo sempre que estava triste revia uma cena do filme "O Amor Acontece" que fala disto mesmo: de reencontros, mas nesse caso no aeroporto de Heathrow. 
É verdade, o terminal de chegadas num qualquer aeroporto é ainda mais tocante. Mas, hoje em dia as diferenças não são assim tantas. Há viagens nas companhias low cost que ficam mais baratas do que uma viagem do Porto a Lisboa. Hão-de ser sempre 300 kms. E 300 kms é muito pouco. Mas consegue ser, vezes atrás de vezes, tanto. Tanto para quem não vence esses 300 kms com a mesma facilidade que eu venço. Tanto para quem não pode estar sempre a percorrer esses 300kms, pelo tempo, pelo dinheiro, pelo cansaço. Então, emociono-me de todas as vezes que chego à estação de Campanhã  no Porto à sexta feira ao final do dia. É que os reencontros deixam-me emocionada e esta estação, nos tempos que correm, enche-se de reencontros. 

Intemporal
Quando trabalhava na Localvisão, gastávamos a palavra intemporal. Tínhamos, sobretudo de início, o hábito de produzir peças que pudessem ser usadas quando o volume de trabalho fosse maior e a capacidade de o realizar, menor. Aprendi quando estive na redação do El País, em Madrid (isto de estudar jornalismo dota-nos de conhecimentos que pudemos aplicar uma vida inteira), que eles também fazem as tais peças intemporais e guardam-nas na "nevera" (em sentido figurado), que em português significa frigorífico. O facto é que muito frequentemente fazíamos estas peças intemporais, até que chegou o fim do ano e quase tudo que era intemporal ganhou temporalidade e lá tivemos que as publicar antes que de intemporais passassem a inúteis. Mas isto tudo para chegar ao seguinte: ao contrário das notícias, das peças ou das reportagens, existem textos que são, de facto, intemporais. Que fazem sempre muito sentido. Escrevi este texto em 2011 e continuo a identificar-me com ele de cada vez que o leio:

Cada vez mais me capacito que o rumo que nós tomamos é totalmente incerto e controverso... Nem sempre escolhemos o melhor caminho, nem sempre escolhemos o caminho que o coração nos indica, nem sempre somos autónomos na nossa escolha e nem sempre temos coragem de escolher. Mas entre todas estas hipóteses, está a essência da vida. Todos nós, sem excepção, somos à nascença dotados de várias qualidades e de vários defeitos, porque afinal o ser perfeito é um ser imperfeito! No meio de tantas características que temos, sem dúvida, existem algumas que nos remetem para essas escolhas que a vida nos apresenta... O valor de cada um não está na maneira como encara a acomodação, mas sim na maneira como encara a mudança.


Inspirar
O blog tem um separador novo chamado Inspirar. Quando criei o blog, resolvi dividi-lo em "secções" para o manter mais organizado. Não é à toa que tudo que tem de ser prático na vida está devidamente seccionado: desde as lojas de roupa, aos departamentos de finanças, passando pelos supermercados e acabando nas montras das pastelarias. Escolhi os separadores tendo em conta aquilo de que mais gosto de falar, sobre o que mais gosto de escrever e o que me dá mais vontade de partilhar: os sítios que vou descobrindo, entre algumas viagens; as roupas, acessórios e produtos que vou experimentando; as comidas e bebidas, mais ou menos saudáveis, que vou saboreando e as festas, não só as que organizo, mas também aquelas em que apenas vou lá dar o ar da minha graça (acabo sempre por achar mais graça do que dar, porque - e acho que já o disse - sou mesmo uma pessoa de festas). Achei que faria sentido e que iria conferir ao blog a organização e a orientação que ele precisava. Esqueci-me, pois, que eu sou também uma pessoa de inspirações. Gosto de me inspirar, gosto de saber que há no mundo tanto de onde possa retirar essa inspiração e gosto, por fim, de reflectir sobre as inspirações, às vezes alheias, às vezes mais minhas que de outra coisa. E daí, nasce um novo separador chamado Inspirar. Uma espécie de diário colectivo escrito na primeira pessoa. O melhor é irem acompanhando e deixarem-se inspirar ou deixarem que me inspire com vocês.





Gosto de me inspirar, gosto de saber que há no mundo tanto de onde possa retirar essa inspiração e gosto, por fim, de reflectir sobre as inspirações, às vezes alheias, às vezes mais minhas que de outra coisa. Este espaço é para aqueles dias em que estou inspirada ou que me inspiro com a inspiração de alguém.

Sem comentários:

Enviar um comentário